23 de jan. de 2008

DIÁRIO DE CAMPO: Resgatando a Prática de Ver-Julgar-Agir ou Ação-Reflexão-Ação

Hoje mais um elemento vem compor a ciranda desse espaço.
Uma série chamada DIÁRIO DE CAMPO. Essa foi durante muitos anos uma prática herdada dos assistentes sociais, que andam fielmente com o seu "Caderno" em baixo do braço registrando os acontecimentos/encaminhamentos diários.
Nossa tentativa é de nesse novo momento que estamos vivendo, tentar registrar mais - aperfeiçoando assim a prática da sistematização - as impressões das visitas, reuniões, encontros enfim... transformar o Blog em um Diário ou Semanário, enfim... está posto o desafio.
Fiquem a vontade de nos ajudar nesse processo de registro, se quiserem fazer seu Depoimento via Comentário, de alguma parte do processo desde quando vocês conheceram a Visão Mundial, fiquem a vontade, esse espaço também é de vocês.
Att
Equipe da UOPE SP

9 comentários:

Raniere Pontes disse...

22.02.2008 - Visita ao Morro do Piolho.
Hoje fomos conhecer a organização comunitária Capão Cidadão. Fiquei bastante impressionado com o fato de que a organização mesmo tendo uma estrutura física limitada atende um número expressivo de crianças e adolescentes/jovens. Além de promover uma relevante mobilização comunitária. As questões são básicas: melhorar a estrtura para atender um número maior de crianças, adoelescente e jovens. O que me impressionou? Ver uma organização que luta pelo DIREITO DE BRINCAR, isso mesmo a "Pedagogia do Brincar"... uma frase do líder comunitário me impressiou: "EU SOU QUEM SOU, porque brinquei muito!" Visitar esse organização me fez repensar: Por que as organizações comunitárias sucubem do discurso político para política de atendimento? Outra questão que me veio bem forte é: Não Basta garantir a política na LEI no PAPEL, porque o fato dela estar escrita não garante que as transformações necessárias chegem até a periferia... então de fato, a política não existe. OXALÁ! A estrutura que o PDA Sampa Sul criar não substitua o discurso político de organizações como essa.

Raniere Pontes disse...

22.02.2008 - Visita a ONG Periferia Ativa.
Atravessamos a avenida, literalmente, para conversar com o pessoal da "baixada do morro". A mobilização da comunidade local, conquistou uma pracinha, hoje com brinquedo, árvores, grafites na parede. Em frente a uma escola que também tem sido parceira nas atividades da ONG... uma viela foi transformada num corredor de artes, isso mesmo... vc entra na viela e é convidado a olhar para todos os lados as cores e os desenhos que foram grafitados pelos jovens, não parece uma viela mais um corredor de uma galeria de artes... chegamos num sobrado pequeno... o que era uma "boca" foi transformado numa biblioteca e oficina de grafitagem... de cima do sobrado, consigo ter uma vista panoramica de várias comunidades ao redor... o líder fica me apotando com dedo onde ficam as outras organizações parceiras... pedi para fotografar, mas não consegui sacar o celular do bolso para isso, por que? não sei, simplesmente não consegui... o trabalho também me impressionou... mas o que mais me impressiona é o fato de que o pessoal da parte de cima do morro, não fala com o turma da baixada do morro... eles estão divido por mais do que uma avenida... o que os divide? ainda não sei... OXALÁ, que a proposta de Gestão do PDA Sampa Sul, possa diminuir as distâncias e provocar os encontros.

Fabiana Xavier disse...

Em 23 de janeiro, demos mais um passo muito importante: Primeiro treinamento em Patrocínio de Crianças (apadrinhamento)e Projetos da Visão Mundial. Participaram desse encontro o Instituto Pe. Josimo, Ass. PROVISÃO, CEI Luar do Sertão e Pastoral da Criança. Foi muito gratificante a participação e o comprometimento de todos os envolvidos.

Raniere Pontes disse...

08.02.2008 - Um encontro com o Público Relevante: Crianças/Adolescentes e Mães/pais
Chegamos na comunidade numa sexta feira, após quase uma semana de chuva, ainda tinha lama na rua... como a chuva tinha cessado o campo de futebol secava esperando os meninos ávidos pela bola... logo pela manhã tivemos um encontro provocador com um grupo de 17 mães e 01 pai. O objetivo da conversa era verificar se os problemas levantados pelo Diagnóstico realizado no distrito do CAPÃO REDONDO, eram realmente os problemas que afetavam aquela comunidade. O grupo era muito envolvente, as pessoas estavam realmente interessadas em discutir os problemas do bairro e também propor - já - as soluções. Algumas supresas srugiram durante a conversa, veio a tona a questão da exploração sexual infanto-juvenil, que até então não tinha sido apontada em nenhum momento (nem pelos demais grupos focais e nem pelos dados oficiais). A tarde recebemos festivamente um grupo de 19 crianças entre 08 e 14 anos e um casal de adolescentes - 16 e 19 anos. Aí foi uma "festa" as crianças logo entenderam o propósito e colocaram a boca-no-trambone, falaram sobre tudo discussões incríveis e reflexões inimagináveis saiam da boca de meninos e meninas. A consciência sobre sua realidade era tão grande que essas crianças tinham propostas de melhoria da comunidade: "temos que cuidar mais do jardim, tio!" uma delas se referindo ao pequeno canteiro com flores na frente da associação. Outras ainda afirmavam: "se tivesse mais parque, ou outra quadra as crianças tinham onde brincar e não ficariam na rua". Uma garota de 8 anos disse avaliando o problema de gravidez na adolescência: "tem uma menina na minha rua que tá grávida, mas é porque ela não ia na escola, porque para ser alguém na vida tem que ir na escola, as meninas ficam grávidas e tem que ficar na casa da mãe, e aí não vai estudar mais, aí não vai ser ninguém na vida"... Foi incrível ver que - por mais que nos esforcemos enquanto organizações detentoras dos processos de intervenção -, estamos muito longe de pensar examente como pensa a comunidade sobre melhoria. Olhamos de lugares diferentes. "Desde esse lugar" de educador social, fiquei emocionado ao ver crianças se importando com o meio ambiente, com lazer e com a questão de segurança na escola. Oxalá esse Programa aprenda a praticar uma escuta sensível com o público relevante, em especial o nosso foco de atuação: as crianças

Anônimo disse...

caro
A definiçao q eu + gosto de informaçao (aquela q diz q informaçao é a aquilo q nos surpreende, o resto é dado:->),

E é muito curioso que em um grupo focal de crianças e adolescentes vcs tenham tido muita INFORMAÇAO. + uma evidência de q precisamos procurar a info menos nos clássicos indicadores e suas conehcidas fontes e sim em novos lugares.
um ab
edu

Raniere Pontes disse...

[Atualização]

Hoje dia 31 de Março, recebemos em nosso escritório os representantes legais da Associação Beneficente PROVISÃO e do Instituto de Cidadania Padre Josimo Tavares, para assinatura da Carta de Intenções, que tem por finalidade reger nossas relações até o ato de assinar do termo de convênio.

OXALÁ! Outubro chegue logo!

Raniere Pontes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Raniere Pontes disse...

ATO HISTÓRICO:
O dia era 04 de Março do ano de 2008, logo no início da manhã (09h30m), algumas mães já se aglomeravam em frente ao portão grande de metal - cadeado esperando para ser aberto, ainda não tínhamos decidido que espaço usar: a sala de aula? a quadra de esportes? a energia acabou... então a quadra, colorida com grafite de desenhos animados, ao fundo uma favela grafitada, escolha do pano de fundo para as fotos. As mesas foram dispostas de forma que conseguíssemos atender as mães, brincar com as crianças, e tirar as fotos. Quem chegou primeiro foi uma menina, mas o primeiro a ser fotografado foi um menino, tímido, com nome imponente [muita responsabilidade para quem carrega esse nome], olhos bem negros, arregaládos, sorriso pequeno, dentes ainda se ajustando na boca...., um flash, uma curiosidade no olhar, um sorriso no rosto ao ver sua imagem na tela [sorriso maior - pena que esse, espontâneo, não seja o mesmo registrado pela câmera]. Um tenis bem limpinho, as meias também, a bermuda jeans, e a camiseta verde e branco, sem mangas, um desenho de uma pata e circunscrito a palavra "Hunter" (caçador) - OXALÁ sejamos "caçadores da paz" (Hunters Peace). Esse menino representa para mim, tanta coisa, uma mistura de sentimentos muitos deles lembram Esperança (HOPE) e Fé (FAITH), é um sinal, sim eu sei, difícil admitir, é um rito de passagem... é brilhante o começar de novo... mesmo que o começo seja incerto, criado ao dia-a-dia, madeira colocada na frente do pé, uma a uma para atravessar a ponte... para contextualizar, as "águas de março" levam o sentimento forte que eu tinha de "encerrador de parcerias" e o outono me traz - nas folhas amareladas - a esperança do reinício, mesmo que esse reinício esteja relacionado a um futuro que eu possa não participar. Mas estamos deixando heranças, nas reflexões que aqui ficam.
Oxalá! Alguém leia isso um dia e compreenda a felicidade que me toda e o medo que me consome - o novo que será construído nos encontros.

Uninove Direito 2ºC disse...

Precisamos de coleta seletiva! Inúmeras progagandas são "despejadas" na mídia: Ser socialmente responsável, preservar o meio ambiente, reciclar...blá blá blá.... precisamos do apoio do governo!!! O que faço com o lixo que separo para ser reciclado, se não tem postos de coleta, nem coleta seletiva?!!!